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Assim como no Brasil, em terras lusitanas também é realizado o Censo, que é um conjunto de dados estatísticos que informa diferentes características da população portuguesa. Pensando nisso, reunimos algumas das informações coletadas, para expor aqui especificamente sobre a moradia em Portugal.

Entretanto, se você tem curiosidade para saber outras informações, nesta série de artigos, ainda falaremos de outros temas que foram coletados nas pesquisas do Censo português, para que você possa conhecer um pouco sobre como é viver por lá.

E para começar, o tema sobre moradia em Portugal é bastante amplo, pois envolve desde onde está concentrada a maioria da população portuguesa, até mesmo sobre como é a arquitetura de uma casa portuguesa, bem como as condições das residências.

Assim, se você está pensando em morar em Portugal, aqui vamos te contar um pouco sobre a realidade de residir em uma casinha por lá.

Onde mora a população portuguesa?

Atualmente, a maioria da população portuguesa está concentrada em áreas urbanas e isso inclui os portugueses e todos os estrangeiros que vivem em território português.

Só para se ter uma ideia, segundo os dados do Censo, 44,5% da população portuguesa vive em áreas urbanas, sendo que 29,4% vivem em áreas medianamente urbanas e somente 26,1% da população vive em áreas predominantemente rurais.

O motivo para a maioria da população se concentrar nas regiões metropolitanas não é difícil de deduzir, já que a maioria das oportunidades de trabalho, estudo, saúde e comércio estão nos grandes centros urbanos.

Em Portugal, as 5 cidades mais populosas são:

  • Lisboa, com 544 mil habitantes;
  • Sintra, com 385 mil habitantes;
  • Vila Nova de Gaia, com 304 mil habitantes;
  • Porto, com 231 mil habitantes;
  • Cascais, com 214 mil habitantes. 

Das 5 cidades que falamos acima, todas podem ser consideradas urbanas, já que estão localizadas nas regiões metropolitanas mais famosas de Portugal, que são Lisboa e Porto.

Como é a moradia em Portugal: própria ou alugada?

Para quem está pensando em morar em Portugal, a primeira opção que surge são as moradias alugadas (ou arrendadas, como se diz em terras portuguesas). 

Apesar de ser uma opção interessante para quem está recomeçando em novo país, a relação dos portugueses com imóveis alugados não é tão comum assim.

Segundo dados coletados, em 2018, 74,5% dos portugueses eram proprietários da casa onde residiam, sendo que 38,2% desse percentual, já não pagam mais o financiamento. 

A curiosidade de tal fato é histórica, pois foi graças às medidas que o governo adotou a partir de 1974, que grande parte da população portuguesa preferiu adquirir um imóvel para alugá-lo, pois as condições eram mais atrativas.

Por outro lado, o que se percebeu é que na região norte a tendência gerou mais proprietários do que na região de Lisboa, por exemplo, onde a população mais transitória e dinâmica, sempre preferiu o arrendamento e os que compraram imóveis, os utilizam para arrendá-los, como forma de investimento.

Assim, apesar do cenário favorável para compra de imóvel em Portugal parecer algo positivo, como essa não é uma tendência da maioria dos países europeus, isso fez com que o território português se tornasse um grande atrativo para compradores estrangeiros, o que tornou o mercado imobiliário bastante aquecido e cada vez mais caro nos últimos anos.

Só para se ter uma ideia, em 2015 o valor do metro quadrado em Lisboa era de 2.012€ e, em 2022, fechou em 5.116€, segundo dados levantados pelo site imobiliário Idealista.

Apesar do crescimento do valor, em 2019, os bancos concederam 10.623 milhões de euros em crédito à habitação, a uma taxa de juro média anual de 1,22%.

Ou seja, com juros e condições atrativas para um financiamento, mesmo com preços mais elevados do que anos atrás, se  você está pensando em investir no território português, ainda pode ser uma boa opção a compra de um imóvel, seja para uso próprio ou secundário (para arrendar ou fazer alojamento local, por exemplo).

Viver em apartamento ou moradia

Para quem vive em grandes centros urbanos, conseguir uma casinha com quintal ou jardim pode parecer um desafio (ou até mesmo um sonho).

Entretanto, segundo os dados levantados pelo Censo de Portugal, 45,7% vivem em apartamentos, contra 54,2% que vivem em moradias e o 0,1% que sobrou vivem em residências que não se enquadram em nenhuma das duas categorias.

Ou seja, o percentual de portugueses que ainda vivem em casas é maior, porém, se você for morar em grandes centros urbanos, como Lisboa e Porto, a oferta de apartamentos será maior, sem dúvidas.

Além disso, o que tem se percebido nos últimos anos, é que a construção de grandes prédios, com oferta de apartamentos, tem se tornado cada vez mais comum, como uma tendência do desenvolvimento econômico do país, seguindo a tendência de desenvolvimento das maiores potências europeias.

Por outro lado, salvo que você não tenha interesse em morar em áreas metropolitanas e não se importe de se locomover para trabalhar, encontrar uma casinha ao melhor estilo português, ainda é possível.

Moradia em Portugal é grande?

Pode-se afirmar que a maioria da população portuguesa vive em bons espaços de moradia. Até 2012, para se ter uma ideia, a média de uma moradia em Portugal era de 106 metros quadrados, o que é superior à média europeia de 96m2.

Obviamente não podemos levar a média do tamanho como uma regra, mas já é um grande sinalizador sobre o tamanho dos imóveis em Portugal.

Além disso, a média de quartos por moradia em Portugal varia entre 1,6 a 1,7. Ou seja, na maioria das residências, você encontrará um ou dois quartos.

Outra curiosidade sobre Portugal, é a nomenclatura que as residências recebem, de acordo com o número de quartos que possui:

  • T0 – seria um apartamento sem quarto, geralmente um studio ou flat, para moradia temporária ou estudantil;
  • T1 – seria um imóvel com um quarto;
  • T2 – seria um imóvel com 2 quartos e assim por diante.

Assim, quando estiver em busca por moradia em Portugal é importante você realizar a sua busca com o código que melhor irá atender às suas necessidades.

Como é a estrutura de um imóvel em Portugal

Portugal ainda sofre com a estrutura de suas residências, se comparar com os demais países europeus.

São 26,9% da população portuguesa que sofre com uma estrutura precária do imóvel, principalmente no inverno, que é muito úmido, o que gera a deterioração de paredes, teto, janelas e portas, já que não possui sistema eficiente de isolamento térmico e nem sistemas de aquecimento.

Referida situação, se comparada com outros países da Europa, atinge apenas 13,6%. Ou seja, Portugal ainda possui um caminho para adequar as suas moradias.

Apesar desse dado não muito favorável, construções mais modernas ou imóveis restaurados, que possuem incentivo do governo, estão conseguindo adequar melhor as condições de moradia em Portugal.

De toda forma, se você possui planos de morar em terras lusitanas, tenha em mente que a pior época do ano, será o inverno. 

Apesar de ter temperaturas amenas, se comparado com outros países nórdicos, a maioria das moradias portuguesas não possuem boa estrutura de aquecimento e você terá que separar um dinheiro para pagar a energia elétrica que irá aumentar durante essa estação do ano, por conta do uso de aquecedores portáteis ou até mesmo ar condicionado.

Além disso, por ser muito úmido, para evitar mofos, talvez você também terá que investir em um desumidificador.

A melhor parte de tudo isso é que o inverno dura só 4 meses e para o restante do ano e principalmente, para o verão quente português, as residências são bem confortáveis.

Ademais, Portugal também ganha vantagem no quesito violência e vandalismo, já que segundo dados levantados pelo Censo português, somente 6,5% da população sofreu este problema em suas residências, comparativamente a 11,5% dos demais países europeus. Ou seja, a moradia em Portugal é bastante segura!

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Quantas pessoas vivem em uma residência portuguesa?

Uma família em Portugal é constituída, em média, por 2,5 pessoas, comparado com 3,07 no Brasil.

Entretanto, a média familiar não reflete a quantidade de pessoas que vivem em uma moradia em Portugal, pois esta informação varia de acordo com a fase da vida.

Assim, é interessante observar que em uma residência em Portugal, os representantes familiares estão entre os 35 e os 64 anos (56,3%), que são as pessoas que possuem mais autonomia para tomarem decisões, contratar serviços, etc.

Além disso, outro dado interessante é que os jovens costumam deixar seus lares entre os 20-34 anos, para realizarem estudos ou trabalharem.

Por outro lado, há alguns anos, Portugal tem visto a sua população jovem diminuir e isso também reflete na composição das famílias por residência. 

Segundo o Censo português, a proporção dos agregados (filhos, enteados, etc),  representados por jovens (entre 15-34 anos) tem diminuído, situando-se, em 2019, nos 8,9%. Por outro lado, a proporção dos agregados representados por idosos tem aumentado progressivamente, situando-se nos 34,8%, em 2019.

Ou seja, o que tem se percebido nos últimos anos em Portugal é o envelhecimento da população portuguesa e a baixa taxa de nascimento, o que também reflete na situação de moradias no país.

Com menos população, há muitas residências grandes ocupadas, muitas vezes, por apenas uma pessoa, ou há situações em que a residência não possui mais proprietário após a morte do último e ela acaba por demorar muito para ter um destino, pois depende da iniciativa pública, e se deteriora com o tempo.

De maneira geral, é confortável morar em Portugal?

Depois de tudo o que falamos aqui, ter uma moradia em Portugal pode ser uma grande recompensa, para quem busca tranquilidade e qualidade de vida.

Entretanto, é sempre importante lembrar que morar fora do seu país natal é desafiador e merece dedicação de tempo para um bom planejamento, pois como vimos, a escolha da moradia perfeita, requer tempo!

By Fernanda Terron

Advogada, escritora e empreendedora na Europa. Sou aquela que deixou a rotina das 09h às 18h em grandes empresas para viver a experiência do desconhecido, primeiro, desbravando Portugal e, hoje, a Alemanha. Nesta vida que levo, descobri que viver pode ser bem descomplicado, dependendo da forma como você enxerga o mundo e das pessoas que você encontra no caminho.

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