O Gerês, é a forma mais carinhosa com que os portugueses chamam o Parque Nacional da Peneda-Gerês, que é uma das regiões mais bem preservadas de toda península ibérica.
Localizado no extremo noroeste de Portugal, entre o Alto Minho e Trás-os-Montes, também ocupa território espanhol e lá é chamado de Xurés.
Tendo a Natureza como uma das principais riquezas, a região do Gerês conta ainda com uma bonita história cultural, hospedagem convidativa, gastronomia saborosa e um crescente número de visitantes.
Se você ainda não conhece, vamos juntos descobrir neste artigo.
Localização do Parque Nacional da Peneda-Gerês
O parque ocupa uma área total de 70.290 hectares.
Em Portugal abrange 22 freguesias distribuídas pelos concelhos de Arcos de Valdevez, Melgaço, Montalegre, Ponte da Barca e Terras de Bouro.
Esta área protegida forma um conjunto com o parque natural espanhol da Baixa Limia – serra do Xurés.
O Parque Nacional da Peneda-Gerês é uma área com autonomia administrativa, financeira e capacidade jurídica, criada no ano de 1971, no meio ambiente da Peneda-Gerês.
Em 1997 foi constituindo o Parque Transfronteiriço Gerês-Xurés e a Reserva da Biosfera com o mesmo nome. O Gerês é a única área protegida portuguesa classificada como Parque Nacional.
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Natureza e Preservação
O Parque Nacional da Peneda-Gerês é considerado pela UNESCO como Reserva Mundial da Biosfera.
O parque é uma das maiores atrações naturais do país, quando se trata de fauna e flora. A riqueza do parque neste quesito se destaca pela rara e impressionante beleza paisagística e pelo valor ecológico e etnográfico.
A variedade de fauna é generosa e no parque são facilmente encontrados animais como a cabra-montanhesa, corças, garranos (cavalo-ibérico), lobos, aves de rapina, entre outros.
Família de lobos na Serra do Gerês. www.serradogeres.com
A flora também é única e guarda espécies de plantas que deixam a paisagem do Gerês ainda mais bonita, pinheiros, teixos, castanheiros, carvalhos e inúmeras plantas medicinais.
Parque Nacional da Peneda-Gerês
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Infelizmente, a região, como as demais áreas do pais, sofre com incêndios. De acordo com dados do Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas, entre os anos de 2000 e 2012 foram registrados 1.098 incêndios no Parque Nacional, com uma área queimada de 31.901 hectares, o que equivale a cerca de 38% da área total do parque.
Por isso, se você visitar a região lembre-se de recolher todo o lixo que produzir, não faça fogueiras e se fumar, certifique-se de que apagou o cigarro e que está levando as bitucas para jogar fora em local apropriado. Colabore para conservar uma das mais belas regiões do país e dê o exemplo.
Esporte e Aventura
A natureza exuberante, paisagens de tirar o fôlego, rios, lagos e florestas de perder a vista.
O Gerês tem crescido na oferta de empresas que oferecem aos visitantes e turistas, possibilidades de conhecer a região de forma segura. Os pacotes são variados, podem ser adquiridos individualmente ou em grupo e respeitam as limitações de cada um.
O visitante do Gerês pode optar por conhecer a região de diferente formas:
- Carro, jipe, caminhonete;
- Moto ou quadriciclo;
- Bicicleta;
- A cavalo ou charrete;
- A pé (com trilhas dentro e fora d’água);
- Canoagem.
Os passeios também podem ser escolhidos por temas. O visitante pode optar por conhecer os patrimônios culturais, relaxar na natureza, observar pássaros e outros animais, nadar nas lagoas e cachoeiras, fazer trilhas em meio aos rios.
E ainda há opções para os mais radicais que gostam de praticar montanhismo, fazer caminhadas noturnas, kart cross, jogar paintball, arvorismo, entre outras atrações cheias de adrenalina, praticar canoagem ou até fazer pastorismo, que é passar algumas hora pastoreando e tratando animais, como as cabras da montanha.
Ovelhas sendo pastoreadas no Parque. www.serradogeres.com
É importante se informar dos detalhes antes de fechar um pacote com as empresas que oferecem passeios no Gerês. Se tiver crianças no grupo informe-se dos passeios ideais para os pequenos.
Se no grupo tiver pessoas com alguma dificuldade de locomoção, procure saber qual o nível de dificuldade das trilhas e caminhos a serem percorridos. Se visitar a região no inverno venha preparado para neve, o Gerês é uma serra e costuma ser a região mais fria do norte português. Se for verão, água, protetor solar e chapéu são obrigatórios para os passeios.
Atrações Turísticas
Sejam atrações culturais ou naturais, no Gerês o que não falta é lugar bonito pra ver e conhecer. No parque situam-se dois importantes centros de peregrinação. O Santuário de Nossa Senhora da Peneda, é uma réplica do santuário do Bom Jesus de Braga, e entre os dias 31 de Agosto e 8 de setembro vive a festa anual em honra de Nossa Senhora da Peneda.
Santuário Nossa Senhora da Peneda.
O Santuário São Bento da Porta Aberta, é local de grande devoção popular. Foi elevado a basílica e todos os anos são milhares os peregrinos devotos a São Bento que o visitam. Depois de Fátima, é o templo religioso mais visitado do país. Em 1640 foi construída a primeira ermida e como ficava na maior parte do tempo, com as portas abertas, e servia de abrigo a quem passava, foi batizada de São Bento da Porta Aberta.
Para quem prefere explorar a céu aberto as cascatas do Tahiti, do Arado (750 metros de altura) a do Leonte, próxima a Portale do Homem são pontos obrigatórios.
Cascata Tahiti no Gerês.
Restaurantes, cafés, hotéis, pousadas e outros equipamentos turísticos são encontrados em abundância no Parque Nacional, mas não esqueça que mesmo tendo muitas opções, o parque é grande e um local pode ficar bem distante do outro.
Aldeias do Gerês
Existem na região centenas de pequenas aldeias e comunidades que ajudam a contar a história do norte português.
A maioria são aldeias de granito que mudaram muito pouco desde a criação de Portugal, no século XII.
Uma delas é Campo do Gerês freguesia que pertence ao concelho de Terras de Bouro, distrito de Braga.
A aldeia foi considerada benefício dos Templários. Tem grande importância histórica seja pela posição geográfica ou pelas tradições comunitárias arcaicas e antiguidades arqueológicas. É um povoado antigo, comprovado pelas descobertas arqueológicas.
A ocupação humana do local data ainda do período pré-histórico, como evidenciam os túmulos megalíticos, também conhecidos por mamoas.
Ainda existem muitas outras espalhadas pela região. Como a aldeia comunitária da Ermida. Comunitária, pois as decisões, desde pintar uma parede a derrubar um muro, são tomadas por todos os habitantes da aldeia (ganha a maioria), que estão sempre prontos a ajudar os vizinhos ou visitantes.
Cada aldeia tem seu charme, mas em um passeio de um ou dois dias é impossível passar por todas elas. Algumas para investir são: Soajo, Lindoso, Val de Poldros, Pitões de Júnias e Sistelo.
Durante os passeios você irá se deparar com pequenas construções em pedra, parecidas com capelinhas. São os espigueiros de granito, erguidos desde o século XVIII com o objetivo de guardar e conservar a colheita e principalmente para secar o milho, daí o nome.
Os 24 espigueiros localizados na aldeia do Soajo foram classificados, em 1983, como Imóvel de Interesse Público e todos os dias servem como pano de fundo às fotos dos turistas. O mais antigo data de 1782.
Espigueiros no Gerês.
Dica importante
Não se arrisque em caminhadas longas, acampar ou fazer algum esporte de aventura sozinho ou sem orientação de profissionais ou guias locais. Não é incomum turistas se perderem no Gerês e as condições para quem não conhece a região pode se tornar hostil, sobretudo a noite.
Com os devidos cuidados, você terá com certeza uma das experiências mais incríveis que Portugal oferece e que ainda poucos conhecem.
By Liliane Machado
